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Marcha de cegos parou o trânsito no centro de Porto Alegre e foi até a Prefeitura em protesto pelo fim do convênio com a Acergs

Na manhã dessa segunda-feira (9/10), cerca de 60 cegos percorreram ruas do centro da capital, interromperam o trânsito da Salgado Filho nos dois sentidos e, em caminhada, foram até a Prefeitura Municipal para protestar contra o encerramento do convênio com a Associação de Cegos do Rio Grande do Sul (Acergs). 

Descrição das imagens: Maifestantes da marcha da verdade interrompendo o trânsito da avenida Salgado Filho, mostrando banners e cartazes. Na segunda imagem os manifestantes estão com as bengalas apontadas para o alto falando palavras de ordem Fim da descrição.

Em maio deste ano, quando o convênio estava com pagamentos atrasados, a Acergs já havia realizado a Marcha das Bengalas e na oportunidade as autoridades que receberam o grupo se comprometeram em avançar na negociação pela renovação do convênio. Porém, apesar de conseguir colocar em dia os valores devidos na época, a prefeitura evitou formalizar a renovação e sinalizou para a possibilidade de renovar ou de se fazer novo convênio, o que não ocorreu.

Descrição da imagem: Associada e conselheira da ACERGS Santa Marta Nunes, está na escadaria da Prefeitura de Porto Alegre e segura um cartaz escrito:” Prefeito abra os olhos não somos invisíveis”. a palavra olhos está ilustrada  com o desenho de dois olhos na frase. Fim da descrição

Desta vez foram recebidos pela secretária do Desenvolvimento Social de Porto Alegre, Maria de Fátima Paludo que insistiu na justificativa de que não houve renovação porque o pedido não foi feito dentro do prazo legal. Para o presidente da Acergs Gilberto Kemer, esta justificativa é inadmissível. “Temos registros dos e-mails enviados aos órgãos competentes com pedidos de agenda para tratar da renovação do convênio, além de diversos telefonemas e envio de documentos comprovando através de relatórios a utilização dos recursos em atividades de reabilitação que são fundamentais para que o deficiente visual esteja de fato incluído na sociedade”.

A secretária afirmou, ainda, que um edital será aberto para que outras instituições possam atender e que será decidido no critério de menor preço. Neste momento os diretores da Acergs informaram que não existe instituição com atendimento completo como o prestado pela associação. Maria de Fátima Paludo solicitou, então, que a Acergs prepare um documento que comprove a diferenciação dos serviços ofertados. “Até existem entidades que atuam com determinados atendimentos, mas não de forma integrada. Podemos documentar e comprovar que apenas a Acergs oferece atendimento tão amplo. Nosso trabalho é contínuo”, afirmou o presidente Gilberto Kemer.

Ao sair da reunião, Kemer resumiu o encontro e os próximos passos. “Estão suspensas as atividades até então custeadas pelo convênio e isso nos deixa muito tristes, mas seguiremos buscando alternativas e apelando para que o poder público encontre solução. O que estamos pedindo não é nenhum favor. Realizamos atendimentos gratuitos que não são ofertados pela rede pública e que, além de acolhimento, a Acergs oferece autonomia, acesso à cultura, prepara para o mercado de trabalho há meio século. Se há vontade política como diz a secretária, há de haver uma forma de solucionar esta demanda”, desabafou.

As atividades oferecidas pela Acergs suspensas são: orientação e mobilidade, ensino do braile, aulas de informática e atendimento psicológico.
Assessoria de imprensa:

 

LUCIANA FAGUNDES
(51) 99380 0051

ACERGS

A Associação de Cegos do Rio Grande do Sul (ACERGS), fundada em 20 de outubro de 1967, é uma instituição assistencial para pessoas cegas ou com baixa visão, sendo dirigida por deficientes visuais. Atua na busca da inclusão de seus usuários na vida comunitária e no mercado de trabalho, através da promoção de oficinas de reabilitação, qualificação profissional, geração de renda e empregabilidade, prática paradesportiva e atividades socioculturais. A ACERGS também é uma entidade de defesa de direitos das pessoas com cegueira e baixa visão e todas as ações desenvolvidas pela instituição visam a autonomia e independência dos deficientes visuais e, assim, geram melhora da auto-estima, autoconfiança e segurança no ir e vir dessas pessoas. Por outro lado, essas ações contribuem para que a família tenha uma melhor compreensão do seu papel em relação à pessoa com deficiência. Uma pessoa cega ou com baixa visão, que acredite em si mesma, que tenha o apoio da família e da sociedade, que receba um treinamento adequado para ter acesso à informação, conhecerá um sentimento denominado dignidade e terá acesso pleno à cidadania.

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